Por que vosso olhar pesa tanto sobre a pele dos outros? Por que vossos dedos ansiosos apontam caminhos que não vos pertencem? Cada alma é um abismo -- e ainda assim quereis lançar cordas, construir pontes. domar aquilo que não compreendeis. cuidai de vossos próprios vazios. cuidai das vossas máscaras trincadas, antes de tentar remendar o que nunca foi vosso. Por qu » Continue Reading
Não me peça pra ser brando quando nasci trovão. Teu medo do mundo náo vai costurar meus olhos. Me queres em moldes mornos, roupas neutras, pele virgem -- mas meu corpo clama por tinta, minha carne grita por aço. Quero marcar minha existência com agulhas e atitude, fincar no meu tempo o sagrado da minha liberdade. E tu tremes... Não por mim, mas pelos olho » Continue Reading
Tu não soubeste ter-me -- quiseste o gosto, não o néctar, e eu era tempestade em flor noturna. Te arde a ânsia de tocar o que teus dedos não sustentam, e te entedia a posse como ouro morto entre cinzas. Mas eu... eu levo o amor com o peso de um túmulo, com a seriedade das estrelas que não cessam de arder. Eu dou a eternidade -- sem prometer retorno, e mesmo assim sou fiel à oferenda. » Continue Reading
Brincaste com chamas, riste do afeto, jogaste com algo que não soubeste ter. Agora, nas sombras, gritas em ecos, mas já não há quem queira te ver. Foste ilusão, capricho vazio, um jogo imaturo, sem direção. E agora, ferida pelo próprio frio, atira indiretas ao vento em vão. Tiveste mil chances, mas sempre fugiste, trocaste carinho por vaidade e dor. Agora me vês em braços que quis, e » Continue Reading
Pequena sombra, brisa encantada, doce veneno a me consumir. Tímida dama de face pálida, me perco em ti sem resistir. Teus olhos brilham como estrelas mortas, segredos dormem na tua voz. Um feitiço suave que me conforta, » Continue Reading
Quem sou eu, se não um vulto, perdido em névoas sem cor? Um eco frio, um grito oculto, refém do medo e do torpor. No espelho, rostos s » Continue Reading