Por que vosso olhar pesa tanto sobre a pele
dos outros?
Por que vossos dedos ansiosos apontam
caminhos que não vos pertencem?
Cada alma é um abismo --
e ainda assim quereis lançar cordas, construir
pontes.
domar aquilo que não compreendeis.
cuidai de vossos próprios vazios.
cuidai das vossas máscaras trincadas,
antes de tentar remendar o que nunca foi
vosso.
Por que este júbilo em vez de moldar vidas alheias?
Que sede é essa que se sacia com o controle?
Eu caminho entre vós, livre em minha ruína,
e vossas correntes soam frágeis a meus pés.
Quem sois vós para me dizer como queimar,
se mal sabeis manter acesas vossas próprias
cinzas?

Comments
Displaying 0 of 0 comments ( View all | Add Comment )