Tu não soubeste ter-me --
quiseste o gosto, não o néctar,
e eu era tempestade em flor noturna.
Te arde a ânsia de tocar
o que teus dedos não sustentam,
e te entedia a posse
como ouro morto entre cinzas.
Mas eu... eu levo o amor com o peso de um túmulo,
com a seriedade das estrelas que não cessam de arder.
Eu dou a eternidade -- sem prometer retorno,
e mesmo assim sou fiel à oferenda.
Sabes? Eu conheço o valor do que sou.
Não sou flor pra colheita apressada,
nem brisa pra soprar em dias comuns.
Sou abismo com nome e preço --
e tu ficaste abaixo.
Agora, bebe tua saudade
no cálice da ausência.
Porque o que não se soube ter,
nunca mereceu reter.
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