Saudações, SpaceHey!

 Hoje gostaria de compartilhar não um texto autoral, mas uma citação de outrem que se manteve em minha mente há um bom tempo. Acho adequado compartilhá-la. Trata-se da gravidade da arte de sua manutenção, de sua criação, por almas capacitadas e vocacionadas. O grande dever de aspirar a restauração do sagrado por meio das lentes do imaginário.

 A citação é a seguinte:

"Escrever poderia ter sido um jogo em outros tempos, em tempos de equilíbrio. Hoje, é um grande dever. Seu objetivo não é o de entreter a mente com contos de fadas e fazer que esqueçam, mas proclamar um estado de mobilização a todas as formas luminosas que ainda sobrevivem na nossa época de transição, e de apressar os homens a fazerem o máximo para ultrapassar o animal."

"Sei que o que escrevo nunca será consumado artisticamente, por eu propositalmente querer ultrapassar as fronteiras da arte, e assim, a harmonia, a essência da beleza, é distorcida."

"Quanto mais escrevia mais sentia que ao escrever eu lutava, não pela beleza, mas pela redenção. Ao contrário de um escritor de verdade eu não conseguia tirar nenhum prazer em criar uma frase enfeitada ou de combinar uma rima sonora. Eu era um homem que lutava e estava machucado. Um homem que buscava a redenção."

"O meu objetivo ao escrever não era a beleza, era a redenção. Queria ser liberto da minha própria escuridão e de transformá-la em luz. Queria ser libertado dos  terríveis ancestrais que rugiam em mim, transformá-los em seres humanos."

 — Nikolas Kazantzákis, "Testamento para El Greco"

Aos artistas que lerem essa passagem, meditem um pouco sobre. Especialmente os escritores. Mas, a qualquer um que por ocasião tiver o espírito entre o Ideal e o efêmero, medite. Medite e busque agir.

Que Poiesis vos abençoe.