O Porquê “Que monstro te mordeu” tem músicas tão boas e que podem ter significados mais profundos do que apenas para crianças - #3 FINAL

Para finalizar essa saga, depois de tanto tempo, vou falar sobre a última música, que é bem mais fácil de se interpretar, mas para as crianças nem tanto, pois né, precisa ter uma visão mais velha e uma vida mais “vivida”, meio redundante mas é nesse sentido.

Bom, essa música é de fácil interpretação, não é tão complicado de se notar, pois, está bem nítido a crítica que o desenho faz em relação à “vontade de querer” que as crianças têm, por ter uma enorme exposição a Tv e ver diversas propagandas que a influenciam a comprar e a pedir mais e mais vezes para seus pais. É possível interpretar uma certa crítica ao capitalismo, pois, é incrível que, desde crianças, somos influenciados e colocados nesse sistema para continuar ajudando ele a funcionar, mesmo que involuntariamente e sem ter sequer a noção de que ele existe e está influenciando o comportamento de todos no mundo inteiro, tanto para ter coisas básicas, como: água; comida; moradia; vestimentas e etc, quanto para ter coisas para o simples lazer.

O clipe demonstra bem o que uma criança expressa quando começa a querer as coisas, por conta da influência, e assim ela fica repetindo e repetindo e querendo coisas novas toda hora, pois, é assim que as coisas funcionam. Também é muito fácil de se ver logo a indiferença que a criança tem e a facilidade de não querer mais as coisas por não serem mais novas e não terem mais nada de interessante que elas possam procurar e ficar entretidas, por conta de que elas já viram tudo que tinha para apresentar e ele começou a ser algo meio que “monótono” e “comum” e assim perderia o seu valor de um objeto interessante e inovador.

É bem engraçado esse clipe, pois, o fato dele passar na tv para as crianças, retratando o consumismo em excesso como um “monstro”, pode até causar uma certa interpretação nas crianças que querer demais é ruim. Ademais, também por passar na tv ajuda a entender que as propagandas que normalmente passam entre um desenho para o outro, são simplesmente isso: “monstrinhos” do quero-quero, que influenciam as crianças a pedirem várias vezes para seus pais que uma hora ou outra, às vezes, acabam cedendo para seus filhos.

Fazendo uma ligação com algo bem mais profundo, também pode-se relacionar esse consumismo em excesso a oniomania, que é uma perturbação psiquiátrica crônica e prevalente que se caracteriza por um comportamento crônico e repetitivo de comprar as coisas em excesso, o que é algo que já está tornando-se comum na nossa sociedade. Basicamente, tudo hoje se baseia em comprar e mostrar para os outros que você também tem o que é novo e acabou de ser lançado, consequentemente, estando dentro da “moda” atual. É tão absurdo pensar que a nossa felicidade é baseada em produtos que vão trazer momentos de felicidade ou simplesmente nem vão nos deixar felizes, mas, simplesmente compramos para mostrar para os outros que somos “felizes” com aquilo, mas isso nunca nos fez feliz, e, o que realmente vai nos deixar feliz é a reação dos outros ao verem que também temos algo “Oao”.

Como já dizia Gabriel o Pensador, em “Retrato de um Playboy”: “Se alguma coisa está na moda então eu faço também”, e assim segue a minha geração e as futuras.

E é isso gente!! Finalmente acabei de interpretar as 3 músicas que eu mais queria falar aqui, demorei mas o que importa é que aconteceu.

Um beijo e até a próxima!! :)