Tarde de sábado

Cá estou novamente 

Onde as almas penadas descansam eternamente

E suas preces são ignoradas

O Sol aos poucos cai

Enquanto essa essência me atrai

Cá estou novamente

Sentindo-me morto fisicamente

A inquietação faz minha carne tremer

Enquanto estou a temer pelo que sei que virá

E meu espírito não sabe ao certo o por quê

Essa languidez é viciante

A aparência esquelética agoniante

Seguem a mim como minha sombra

No pulso me sobra apenas a pele

Mesmo que nunca tive nada

Não sei se o perdi 

Ou se nunca o encontrei

Mas lamento-o a falta 

Sonhei que aqui encontrei aqueles como eu

E contra a minha vontade os espero

Mas na realidade não os encontro

Tenho aqui só esse interminente desespero

As lápides solenes trazem o conforto

Um cenário belo contrasta o vigor morto

Traz também a lembrança dela

A bela naquela frase do altar

Memento mori