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Category: Books and Stories

Medo Líquido - Zygmunt Bauman #1


Primeiras impressões


O Mundo Pós Moderno: a condição social


Antes de começar a ler o livro em si do Bauman, eu assisti um vídeo muito específico cujo falava sobre “o mundo pós moderno: a condição social”, mesmo não tendo muito haver com o tema abordado no livro em si, era o Bauman falando e não pude resistir é claro. Não assisti o vídeo por inteiro, porém, algumas coisas eu anotei pois achei interessante de fato. 


O Bauman comenta no vídeo que o que aconteceu no séc. 20 foi uma passagem de toda uma era da história mundial, ou seja, da sociedade de produção para a sociedade de consumo. Quando ele disse isso, instantaneamente pensei em relação à cultura em si. Se pensarmos no que o Adorno diz, o gosto é manipulado pela indústria, assim transformando toda arte (que é cultura, mas nem toda cultura é arte) em algo consumista. Fazendo-nos criar hábitos de consumo para gerar capital. E é aí que entra todo aquele ciclo onde no nosso tempo livre a indústria se ocupa em alienar-nos com seus produtos e assim acaba não deixando espaço para a reflexão nem para a consciência em si. 


Mas isso é outro assunto que provavelmente vou falar mais quando eu for falar do Jameson, já que eu gosto bastante dele e do Bourdieu.


Voltando ao Bauman, ele também diz que as sociedades foram individualizadas. Em vez de pensar em termos de a qual a comunidade se pertence, a qual nação se pertence, a qual movimento político se pertence etc., tendemos redefinir o significado de vida. 


O Mundo Pós Moderno: a condição do indivíduo


Nessa outra parte do vídeo, ele fala sobre os laços humanos e que quando ele diz que “amigo” para ele é uma coisa e que “amigo” para o moço dado no seu exemplo é outra. Daí em diante ele começa a falar sobre a comunidade e a rede, onde a gente nasce de uma comunidade e a rede ao contrário da comunidade é feita e mantida viva por duas atividades diferentes, uma é conectar e a outra desconectar. Ele fala que esse é o atrativo das redes, é tão fácil se conectar e desconectar de uma pessoa que é isso que faz ser atrativo, é o que prende a pessoa. Pois, pessoalmente para se “desconectar”/afastar de alguém pode ser traumatizante, um evento ruim, onde você tem que achar uma desculpa, tentar se explicar, mentir e mesmo assim você não se sente seguro, mas na internet é tão fácil que é só apertar um botão e pronto. De 500 amigos você desce para 499, mas isso é tão temporário que pode ser que logo amanhã você volte a ter outros 500 amigos.


Os laços humanos são uma mistura de benção e maldição, é muito prazeroso e satisfatório ter alguém com quem conversar etc e tals, porém, quando você entra no laço, você jura que vai ficar lá para sempre, porém mais para a frente podem surgir outras oportunidades e você não poderá segui elas pois você ficará preso, assim gerando uma situação muito ambivalente, e consequentemente, um fenômeno curioso dessa pessoa solitária numa multidão de solitários. Nós estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo.


Ele também começa a falar do Freud, e este fala que a civilização é uma troca, onde Bauman até cita que não tem uma vida perfeita sem liberdade e segurança, porém, quanto mais liberdade você cede, menos você vai ter, porém a segurança aumenta e vice-versa. Você ganha algo, mas perde algo. Mas no final ele diz que, nunca encontraremos a solução perfeita para o dilema entre segurança e liberdade, sempre terá muita de uma e pouca da outra.


Primeiras anotações sobre o “Medo Líquido”


“Medo” é o nome que damos a nossa incerteza: nossa ignorância da ameaça e do que deve ser feito - do que pode e do que não pode - para fazê-la parar ou enfrentá-la.  Para Bauman, há três formas em que o medo pode afligir as pessoas na sociedade líquida:


1. A partir da insegurança em relação ao futuro. Concretamente, o medo de não conseguir trabalhar ou ter qualquer tipo de sustento;


2. A partir da insegurança em relação ao próprio status social. Concretamente, pelo medo de não conseguir se fixar na estrutura social, que significa basicamente o medo de perder a posição que se ocupa, de cair socialmente para posições vulneráveis;


3. A insegurança em relação à integridade física. Concretamente, o medo de ser agredido em seu próprio corpo.


Bauman utiliza o conceito de medo derivado. Ao contrário do medo primário fundamental, ontológico), o medo derivado (que é secundário) é inculcado socialmente. 


O medo secundário pode ser visto como um rastro de uma experiência passada de enfrentamento da ameaça direta - um resquício que sobrevive ao encontro e se torna um fator importante na modelagem da conduta humana mesmo que não haja mais uma ameaça direta na vida ou à integridade. (Agora lendo essas anotações, me lembrou muito o empirismo, que fala que a gente só se chega na verdade com experiências etc)


Mas o que mais amedronta as pessoas é a ubiquidade dos medos; eles podem vazar de qualquer canto ou fresta dos nossos lares e do planeta. Como todas as outras formas de coabitação humana, nossa sociedade líquido-moderna é um dispositivo que tenta tornar a vida com o medo uma coisa tolerável. Em outras palavras, é um dispositivo destinado a reprimir o horror ao perigo, potencialmente conciliatório e incapacitante; a silenciar os medos derivados de perigos que não podem ser evitados.


Bom, é isso por enquanto, eu vou continuar lendo e vendo mais coisas sobre o Bauman <3 um beijo e até a próxima!!




3 Kudos

Comments

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Kinlingor

Kinlingor's profile picture

O Bauman é incrível! Gosto muito do que ele fala sobre a sociedade e a liquidez dela em geral. Gostei do texto, Isa, ficou muito bommm!!! S2


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Mt obrigada duda<3 gosto mt do Bauman também, depois dele quero ver qual vai ser meu prox sociólogo ou filósofo q vou viciar!!(ps: Bauman sempre vai ter um espacinho no meu coração)

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