(sem título)

Meu sangue pinga

Choraminga

E torna a pingar

Somente para me lembrar 

Que ainda estou a respirar.


E em tal respiro forçado, pergunto:

Me mostre seu sonho

Que não seja um devaneio risonho

Algo cru;

Nu.

Ser humano em sua forma mais feia

Aquelas coisas que causam cadeia:

O que sentimos, ardemos e por fim

Tememos.


Tememos a morte, tememos a vida, tememos a violência 

Mesmo por matar com tanta frequência

Por cegamente confiar na sorte

Para acordar amanhã 

Abrir os olhos como qualquer manhã.


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