welcome to my poems... from my notebook to u.
última porta a direita
lugar horrível, lugar hostil.
não há pertencimento, não há conforto.
pessoas, sons, pensamentos, ações irritantes.
lugar horrível, lugar hostil.
a cada instante me sinto mais senil.
queria poder ouvir, falar, conversar, sorrir,
mas nada é permitido, nada é livre nesse
lugar horrível, lugar hostil;
onde me observam, me julgam.
não se pode dialogar, cumprimentar, fazer nada — ser eu mesmo.
tudo pra eles é motivo de zoação e repúdio;
não condenaria nem meu pior inimigo a ficar nesse
lugar horrível, lugar hostil.
sala dezenove, o lar do conflito, o pesadelo do meu ensino médio.
~~~
why?
weird, stupid, weak, too short, gaunt, dramatic, annoying, fake accent.
he's always so problematic & hard to talk with, but some people still like him.
~~~
Greek Tragedy
even with the hundreds of thousands of comedy in my days,
i can't forget the tragedy that is to be far from you.
~~~
Tarde Esquisita
climinha agradável, climinha bom.
vento gelado, corpo gelado.
roupas bonitas e cabelo emaranhado.
all star azul, sangue azul.
mas,
música esquisita, garoto esquisito, mente esquisita, tempo esquisito, semana esquisita.
há algo de errado.
vida pacata, desejos insanos.
estaria parado demais ou agitado de menos?
não sei, só
esquisito.
~~~
naked stomach
i need to eat; i gotta eat
but just one little bite can't happen to fit.
why am i always full
of nothing? i don't think i can fit anything in.
why does the belly hurts even if is not crowded of trash?
i am not hungry. but may i need to get heavier.
~~~
nostalgia e suas duas lâminas
ele tá sempre no mundinho dele; e nesse mundinho é sempre 2016.
o melhor ano de sua vida ele vive todos os dias, para não chatear-se com o atual.
mas ora ou outra – a ficha cai, e ele tem de viver o presente.
talvez se percebesse antes o que ele queria, talvez se pensasse antes como aproveitaria,
hoje o menino não seria escravo da nostalgia.
ele está sempre no mundinho dele;
e nesse mundinho é sempre sombrio.
~~~
perdidamente
perdido num lugar sem acesso, não se sabe de onde veio ou pronde vai.
um espelho trincado onde as rachaduras formam labirintos.
insetos me cercam, olhos me julgam, e línguas fofocam.
a origem, o fim, não importa,
o sossego passa no derreter de uma vela.
o sumiço parece saudável;
mas a solidão é inescusável.
tenho pregos nos pés e arames na garganta
os poucos que me enxergam não podem ajudar;
a perdição é minha e a vossa têm de achar.
o jeito é manter-me invisível
já que fugir ou falar não adianta.
ora ou outra algo tão sumido quanto
e tão perdido quanto aparecerá,
como um sinal um para o outro caminharemos
enquanto o medo do fim aos poucos sai.
~~~
Comments
Displaying 0 of 0 comments ( View all | Add Comment )