Já te falei sobre o meu amor por você em sonhos com a nossa filha em meus braços, nos meus cadernos que viraram diários com lacunas de anos sem novidades, em folhas sulfite que nem sei onde estão mais, nos meus pensamentos durante o trabalho. Quando ouço músicas que me lembram de você (todas me lembram). Quando olho um aluno do primeiro ano que tem exatamente o seu rostinho, por mensagens que apago sabendo que pode não ser o momento certo, quando lembro de você falando sobre coisas que gosta em mim. Quando imagino a casa que nós teríamos juntos e que você já me disse uma vez que me daria, quando recebo uma notificação e vejo que não é sua, quando lembro os lugares em mim que você já beijou. Quando olho o céu, quando olho o chão, quando estou em casa, quando estou na rua, quando estou feliz, quando estou triste. Já falei de amor para você quando tinha 19 anos, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30 e 31 anos e, sei que aos 32 também falarei. A questão é que você pode achar que eu fujo, que não quero, que para mim já está acabado, mas mesmo quando disse que te odiava, eu te amava em silêncio. Talvez o meu erro nesses anos todos foi te amar só pra mim, porque, se você soubesse quantas cartas de amor eu te escrevi, jamais se afastaria de novo.

Se você soubesse quantas cartas de amor eu te escrevi, jamais se afastaria de novo
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