Avatar e Acenstralidade
Ultimamente tenho estado muito interessada em avatar e tudo relacionado a isso, então porque não falar sobre?
Primeiramente, quero pontuar algumas coisas importantes pra contexto:
1. Em avatar existe pandora, que é um planeta parecido com a terra em estrutura, porém com criaturas diferentes, como os próprios avatar
2. Por mais que chamamos de avatar, o nome do povo é Na'Vi
3. O povo Na'Vi é obviamente inspirado em povos indígenas
Enfim, dito tudo isso, o tópico que vou falar é como os Na'vi registram histórias durante o tempo mesmo não tendo formas de escrita e como tudo é inspirado na acenstralidade humana.
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Existem três formas (até onde sabemos) de contar histórias no mundo de pandora sendo elas waytelen, músicas e tatuagens. As tatuagens do povo da água são, por exemplo, inspiradas no povo maori da Nova Zelândia, que fazem tatuagens com significados profundos com o objetivo de registrar sua própria história. Já os omatikaia (tribo de avatar) contam suas histórias utilizando da música, sendo ela a característica mais importante dessa tribo, visto que omatikaia significa flauta azul, que é o instrumento mais importante para eles, se inspirando muito em povos originários mas também na cultura africana que valoriza a acenstralidade africana muitas vezes com músicas que contam histórias.
E por fim, a forma mais "íntima" de registrar a história é com o waytelen, que significa corda de som e se parece com um bracelete. Ele pode ser feito de pedras, conchas, folhas, cabelo, e cada parte representa uma parte da vida do Na'Vi em específico que utiliza dele, sendo cada um diferente para cada indivíduo. Logo, o waytelen é como uma pulseira com várias pérolas perto uma da outra, só que ao invés de pérolas são os itens que citei acima, que representam uma parte da história de cada ser. Então, ao nascer, cada Na'vi recebe um waytelen e nele é contida uma música, e quando cantam, pegam o waytelen e entoam um cântico específico para cada peça.
Entretanto, não existe nenhuma tribo de conhecimento público que tenha algo como o waytelen (pelos meus conhecimentos e pesquisas). Até existem tribos que utilizam objetos de decoração e adornos para registrar história, mas não como uma maneira de memorizar. Então, pensando um pouco, o waytelen se parece muito com algo dentro do catolicismo. Na idade média, quando a maioria das pessoas não sabiam escrever, a ação de rezar um terço, além de espiritual, também servia para memorizar aquela oração e funciona exatamente da mesma forma em que um waytelen, você pega uma parte do terço e reza algo relacionado aquela parte, depois vai para o próximo e assim por diante.
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Dessa forma, é possível notar como cada detalhe desse filme foi pensado e como, mesmo sem querer, consumimos arte a todo minuto e de várias maneiras. O diretor do filme usou de cada detalhe da arte para mostrar como os povos indígenas utilizavam dela, provando o quão profundo e importante foi e é a arte para os seres humanos (e avatares rs), conseguindo mostrar a acenstralidade e passar a diante todo o conhecimento passado.
"O caminho da água não tem começo nem fim.
Fya'or payä ke lu sngä'ikrr fu tì'i'a
O mar está ao seu redor e dentro de você.
Txampay lu pxaw nga ulte mì nga
O mar é a sua casa, antes do seu nascimento e depois da sua morte*.*
Txampay lu ngeyä kelku, srekrr ngeyä tì’ongokx ulte maw ngeyä kxitx
Nossos corações batem no ventre do mundo.
Ayoeyä tey’lan ‘ekong si mì frrku kifkeyä
Nossa respiração queima nas sombras das profundezas.
Ayoeyä syeha palon mì ayuk tìtxukxä
O mar dá e o mar leva.
Txampay tìng ulte ‘aku
A água conecta todas as coisas.
Payìl tare fra'ut
Da vida à morte – Das trevas à luz.
Tìrey tìterkupur - tìvawm atanur"
obrigado por ler :3
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