Mesmo assim você volta,
e outras saudades que deixei de cuidar.
Não entendo o porquê de pessoas se ofenderem quando os seus próprios atos são relatados. Não entendo como meu testemunho é rude. Se não quisesse receber a culpa, era mais esperto não o ter feito.
Todo esse tempo estudando o comportamento do ser humano dentro de um vidro que me separa deles me conclui que relações afetivas são tidas como mais valiosas que a razão. Pessoas não gostam quando você presta atenção nelas. Pessoas são mais adeptas à casualidade do que à verdade e não relacionam esse paradoxo com a desordem ao seu redor. Elas não gostam da solução de seus problemas.
Passo o dia calada, dando espaço para o foco em aprender como os outros funcionam. Me livro de um fardo imenso quando concluo que o ser humano é falho, imperfeito, egoísta. Todas as lacunas que me torturavam podem ser preenchidas pelo conhecimento de que o cérebro é teimoso. Não há problema em ser egoísta, é algo natural. "O pensamento de erradicar o ego vem do próprio ego".
Assim como eu não entendo como posso ser rude, as pessoas não entendem como elas podem ser egoístas.
Eu vejo você ativamente ignorando um problema por você julgar o tempo como inconveniente. Eu vejo você sendo hipócrita. Eu estudo sua lógica. E você não me vê, eu sou invisível, no meu próprio mundo. É uma questão de sobrevivência eu, com níveis clínicos de hipodesenvolvimento de habilidades sociais, autismo, querer estudar e assim copiar o que aparente ser nato a todo ser humano para que eu possa devidamente me camuflar e me infiltrar nos meios sociais, tendo eu ainda a necessidade evolutiva de viver em comunidades. É questão de sobrevivência você se priorizar sob os outros. Eu te desculpo por não me enxergar.
Nesse sentido, eu não consigo ser abalado por um ciclo que já se encerrou para mim. A minha lógica determina o que eu devo sentir. Quando há uma omissão (descomunicação) do modus operandi de uma configuração social, eu não sou capaz de julgar o que eu sinto. Mas quando eu já investiguei tudo e então cheguei a uma conclusão, eu consigo denominar o conjunto abstrato de pensamentos, opiniões e sensações físicas que essa situação me traz como um sentimento. E esse sentimento se consolida mais ainda se eu reconheço e lembro de ter me sentido assim antes. Em outras palavras, quando a verdade não é eminente, eu sou suspeito a chegar em conclusões. A maioria de minhas opiniões vêm do instinto de sobrevivência de copiar o que é dito e adaptar minha verdade a isso.
Dito isso, eu não me sinto chateado depois que uma verdade se conclui. Eu não entendo que estou chateada se eu não tive uma afirmação de que era assim que eu deveria me sentir. Num momento de desordem emocional, eu não tenho "orgulho" suficiente para denominar o que sinto como "chateado" e após dito momento, não há sentido em me sentir chateado, apenas em denominar o que eu sentia antes como "chateado". Isso te leva a conclusão que não há porquê remoer sobre o meu julgamento sob você. Já chegamos a uma verdade, por quê buscar outras?
Não me refiro a um indivíduo único, mas à dualidade minha com as outras pessoas. Isso é algo sempre presente no meu dia a dia e é natural eu questionar algo tão recorrente em mim.
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