despejo em arte o que não sei amar em mim

a arte, pra mim, é mais do que expressão, é existência. cada traço, som ou cena carrega uma verdade que nem sempre é dita em palavras. o problema é que hoje parece que as pessoas desaprenderam a interpretar. julgam o que não entendem, como se tudo precisasse ter uma função imediata. mas arte não é utilidade, é sentimento, reflexão, ruptura. acho que o amor que eu deveria sentir por mim mesma, sem saber onde colocar, eu despejo na arte, e ali encontro paz: na arquitetura que me sustenta, na escultura que molda o sentir, na pintura que colore o invisível, na música que embala o que não sei nomear, na poesia e na literatura que traduzem a alma, no teatro que encena o que escondo, e no cinema que costura tudo em imagem, som e silêncio. é como se, em cada arte, uma parte de mim se encaixasse.