Poem by Cameron (in portuguese)

- O País Mar - / Cameron

Não finjas que nada está perdido. 

Acabaste de somar os pontos

a partir da ponta do mar e do abismo!

As estrelas tocavam apenas à margem dos ditos céus..

O reflexo da água, estremecia pedinte..

Pedinte por carinho ou algo que o aquietasse. 

Mas como acalma-lo? 

"Não somos feitos do mesmo mar."

como posso ajudar minha estrela infinda?

Misturando nossos oceanos? 

Fazendo drinques de astros? 

Somos fadados à desaguar um noutro então? 

Pesa me que tu não pensas da mesma forma.

Saímos de águas semelhantes mas somos mais como barcos..

Barquinhos velejantes à luz do desconhecido 

em busca de outros barcos que vão nos rodear

como se fossemos apenas outro em busca da mesma luz do desconhecido..

Há forcas para mover-me e resolver tuas marés altas em volta de ti..?

Haja força que perpetue em mim o lastro enfeitiçado 

da aurora que nascera ontem nos olhos  e cabelos 

daquela moça pedante mas cintilante.

Há de me correr maremotos devastadores

que vão por os barcos e braços a mercê dos estilhaços de madeira sôfregos..

Há de deus ter piedade da jangada que sobrar da lástima de seu destino..

Pela  última vez, atento me a seus movimentos..

Seus rastros de lascividade. Lastros inquietos ardentes.

São sagazes, quentes mas tão fracos e cheios de vazios se sozinhos...

São sua volúpia inexplorada.. São seus pedaços de incerteza..

Pedindo ajuda? Ou amor? Ou são a mesma coisa?

Somos feitos de coisas ou as coisas são feitas de nós? 

Que Quimera criamos à partir de outras Quimeras!

Somos feitos de nós mesmos ou feitos de tristeza infinda?

Que venha as ácidas ou amargas respostas 

para nossas belas artes cujo sofrimento fora em vão... Ou não, quiça nem saberemos.

Quiça aprenderemos se irmos ao País do Mar.

Onde tudo que há, se lastra e se lança.

Se joga e se pinta. Se balança e balança.

É azul por esmero.

E incolor por charme.

O país da amizade.

O país onde existiria saudade.