O Morro dos Ventos Uivantes - Wuthering Heights

Durante essa última semana, terminei a leitura de "Wuthering Heights" (Titulo original) e bem que gostaria de reler um dia ele no idioma original. Bom, para começo de relato eu gostaria de dizer que demorei bastante para ler ele mas não tanto quanto eu costumo demorar para ler livros que não estou tão curiosa assim para ler, o que foi o caso deste livro, curiosidade era pouca, mas eu insisti na leitura já que estou na missão de me aprofundar mais em literatura gótica.

Então lá fui eu e li, o que posso dizer inicialmente? Bom, eu gostei do livro, mas não foi por falta de odiá-lo durante alguns muitos capítulos do mesmo, mas por se tratar de um livro de 1847 (tem aí já seus 177 anos) eu relevei e por se tratar de literatura gótica eu entendi que os personagens serem detestáveis e miseráveis eram o plano desde sempre. E aqui não exagero em dizer que Emily Bronte fez um bom trabalho e obviamente o livro é um clássico justamente por isso.

A trama se passa no interior de um cenário bem britânico, mas que não cansou de me levar a conseguir imaginar cada detalhe e cena, talvez até mesmo pela crueldade de muitas personagens eu me senti presa naquilo, presa a humanidade tão crua mas também a beleza de muitas passagens. Aqui o ser humano é explorado em seus limites, em suas obsessões que viraram as minhas, seus seres que se transformaram por obra do tempo, do ódio e do sentimento de vingança. Quando por fim as coisas se "resolvem" é como se eu pudesse respirar novamente pois essa leitura não obstante em me afogar nas mágoas das palavras nas páginas, mas conseguiu me enterrar a sete palmos no chão. 

"A minha mente está há tanto tempo fechada em si mesma que é pelo menos tentador abri-la para alguém. --Ainda há cinco minutos o Hareton me pareceu a personificação da minha juventude e não um ser humano. E isso provocou em mim sentimentos tão variados, que me teria sido impossível falar com ele com racionalidade. --Para começar, a sua espantosa semelhança com a Catherine fez-me associá-lo assustadoramente a ela, embora isso, que tu certamente julgas ser o que mais me prendeu a imaginação, fosse realmente o menos importante... Mas o que não associo eu a ela? O que não ma traz à memória? Se olho para estas lajes, vejo nelas gravadas as suas feições! Em cada nuvem, em cada árvore, na escuridão da noite, reflectida de dia em cada objecto, por toda a parte eu vejo a sua imagem! Nos rostos mais vulgares de homens e de mulheres, até as minhas feições me enganam com a semelhança. O mundo inteiro é uma terrível colecção de testemunhos de que um dia ela realmente existiu e a perdi para sempre!"