Gyaru

      Desde sempre fui apaixonada por alternativos, eu nunca realmente fiz parte de alguma subcultura antes ou algo do tipo, mas sempre amava como eles se expressavam através das suas roupas, músicas, livros e entre outros. Eu nunca tinha até então pesquisado sobre nenhuma subcultura, visto que eu não tinha objetivo de entender a fundo sobre elas, mas queria apenas ver as pessoas que faziam parte delas, já que pra mim só era necessário pesquisar sobre caso eu fosse fazer parte ou se eu me interessasse realmente em ir atrás da história (e também para não passar fake news na internet sobre as subculturas). Entretanto, em 2023 eu conheci o gyaru. Desde cara, quando eu conheci, vi muitos vídeos e me apaixonei completamente pela sub e pela primeira vez eu realmente quis participar. Então, desde aquele dia eu tenho ido cada vez mais atrás da sub com o objetivo de me expressar, visto que é ali que eu me sinto quase encaixada como um quebra-cabeça. Então, decidi escrever um pouco sobre a subcultura, as ideias e os subestilos dela, porque é algo muito importante pra mim

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      Começando, o gyaru surgiu na década de 70/80, mas não era como o conhecido hoje em dia. No Japão, desde escolas até mesmo nas ruas, o padrão sempre foi imposto na sociedade, principalmente em escolas, nas quais as meninas tinham que ter um comprimento específico de cabelo, e caso passasse era necessário usá-lo amarrado, a cor de cabelo tinha que ser sempre preta, o uso dos uniformes eram extremamente rígido, além de outras coisas. Na sociedade em si, além de escolas, existia e ainda existe um padrão de beleza que é também rígido. A pele bronzeada não é algo comum de se ver, principalmente por não ser algo que é considerado "bonito", além disso, roupas claras, cabelos pretos e uma personalidade sempre gentil, modéstia e educada (mesmo que não tenham essa educação com você), são coisas que fazem parte das normas de beleza da sociedade, e que mesmo que hoje são menos rígidas do que antigamente, ainda assim existem. Com isso, na década de 70/80, algumas jovens decidiram se rebelar contra essas ideias que existiam no país, assim usando peles bronzeadas, muita maquiagem e roupas curtas e chamativas. E em resumo foi assim que o gyaru surgiu, mas claro ele foi mudando.

       Na década de 90 foi quando realmente o gyaru começou a obter popularidade e uma identidade mais concreta, mas com as mesmas ideias de antes: se rebelar e desafiar os padrões de beleza que existiam na época. Foi quando começaram a adotar uma estética que era contrária com o ideal de feminilidade e modéstia presente na sociedade. Portanto, as gyarus criaram uma cultura extremamente contra o conservadorismo e que tinha como objetivo se expressar com o uso de roupas, maquiagens e na personalidade também. Conforme a comunidade gyaru foi aumentando no país, elas começaram a se encontrar em lugares para conversar, dançar e se divertir, e com isso elas foram ficando conhecidas e muitas pessoas começaram a entrar na subcultura. Com o aumento dos membros do gyaru, a sub ficou muito conhecida, assim sendo notada por revistas do Japão que eram famosas na época como egg e popteen que eram as mais conhecidas. Assim, a moda gyaru se espalhou pelo país, e até mesmo fora dele com ajuda de grupos gyarus que queriam que a subcultura fosse conhecida pelo mundo inteiro e que inspirasse mais pessoas a criarem sua própria individualidade e serem quem realmente são.

       Com a popularidade da subcultura nos anos 90 e 2000, ela foi ganhando alguns subestilos que tinham como objetivo que você se baseasse neles para fazer parte do gyaru (visto que o gyaru é uma subcultura cujo a parte mais importante é a estética, não se pode ser gyaru caso você não use a estética gyaru). Cada um tinha suas diferenças, mas todos um mesmo único objetivo (além da maquiagem que é característica). Dessa forma, os subestilos que se formaram foram diversos. Alguns tinham foco em bronzeamento e cabelos e maquiagens chamativas, como banba, yamanba, manba e ganguro. Outros tinham muito uso de rosa, podendo parecer uma princesa como himekaji e hime (o nome literalmente significa isso) ou usar o rosa em roupas mais sensuais como agejo e tsuyome. Além de outros que pareciam gótico e utilizavam bastante elementos pretos, como goshikku e rokku, outros utilizavam roupas largas como amekaji e outros seguiam a moda do momento, mas utilizando sempre a estética do gyaru. Com isso, os membros continuaram crescendo, e assim foram criados grupos com músicas, danças específicas, revistas, entrevistas e entre outros. Ao longo dos anos, a popularidade da subcultura diminuiu, porém a sua influência da moda japonesa e na cultura jovem perdura até hoje, com elementos do gyaru sempre presentes, mesmo que minimamente. A subcultura gyaru foi um reflexo da busca pela liberdade de expressão entre as jovens japonesas da época e continua sendo um marco da história tanto na moda, tanto nas subculturas, tanto na revolta e rebeldia do Japão, deixando suas marcas até hoje.

  obrigado por ler :3