悪夢を恐れる。
"Seus olhos são poços negros que refletem o pavora
bsoluto, e seu sorriso é uma fenda de loucura."
O Bicho-Papão, frequentemente chamado como o soberano dos pesadelos, é descrito nas narrativas mitológicas e nas tradições culturais como a personificação do medo, uma entidade de natureza mutável e esquiva, dotada da incomensurável capacidade de assumir qualquer forma que o medo humano possa conceber. Sua presença transcende o universo infantil e se perpetua na existência adulta. Em momentos de vulnerabilidade, quando a mente se encontra imersa no mundo dos sonhos e as defesas estão enfraquecidas, o Bicho-Papão penetra os sonhos, perturbando-os. Permeia os pensamentos adormecidos, manipulando imagens e ideias de maneira a criar um ambiente de terror. O Bicho Papão não é meramente uma construção fantasmagórica destinada a amedrontar crianças, mas sim um reflexo das ansiedades e medos profundos
“— Mamãe, ouvi um barulho vindo do armário. O Bicho Papão está lá?"
— Não se preocupe, não há nada lá.
— Mas eu ouvi sussurros, e a luz piscou...
— Apenas feche os olhos e conte até dez. Vai passar."
— Eu não consigo. Algo está se movendo dentro do armário."
Em intervalos de quinhentos anos, o soberano dos pesadelos, também conhecido por uma série de denominações como o Bicho-Papão, reencarna na forma de um ser humano. Um menino de olhos profundos e tão escuros quanto a noite mais tenebrosa veio ao mundo. O que deveria ser um motivo de celebração para seus pais transformou-se, em vez disso, em um presságio de tormento. Desde o momento de seu nascimento, a família foi tomada por um ciclo interminável de pesadelos intensos e angustiantes, noite após noite, submergindo-os em um mar contínuo de sofrimento e desespero. Durante o período de sua adolescência, o garoto ainda não havia compreendido a extensão de seu propósito na terra nem a extensão de seus poderes. Assim, em dias de desânimo, o impacto de sua melancolia ressoava pela vizinhança, induzindo pesadelos coletivos durante a noite. Somente na noite fatídica em que sofreu um acidente, após um acidente automobilístico quase fatal, quando se viu à beira da morte e sua vida vacilava por breves segundos, despertou para sua verdadeira identidade. Ao retornar à vida, transformou-se no Rei dos Pesadelos, com plena consciência das vidas passadas que havia vivido e do tormento que havia causado a cada alma que caminhou sobre a Terra. Em virtude de sua imponente magnitude, a entidade sempre foi objeto de conhecimento por parte dos mais eruditos magos e bruxas, que tinham a ciência exata do ano de sua reencarnação. Quando se concretizou o momento da manifestação da entidade e sua subsequente consciência de si, houve um esforço diligente para sua captura. Segundo uma antiga lenda, a posse do rei dos pesadelos conferiria uma sorte inigualável.
Baseando-se nessa crença, uma bruxa conseguiu confinar o Pesadelo em um recluso cômodo de sua morada. Esta residência, carregada de antigas tradições, estava meticulosamente fortificada com runas gravadas em suas paredes, formando um inviolável sistema de proteção que não apenas restringia o movimento da entidade, mas também impedia sua manifestação no mundo exterior. Dessa maneira, o fluxo incessante de pesadelos que assombrava a humanidade foi temporariamente interrompido. Dentro dos limites deste confinamento arcano, o jovem soberano das sombras encontrou seu único refúgio na arte da pintura. Sua captora, forneceu-lhe tintas e telas de qualidade superior. Assim, a entidade aprisionada teve a sublime oportunidade de transpor suas grandiosas visões noturnas para a superfície da tela. Desconhecendo a plena extensão de seus próprios poderes, o Rei dos Pesadelos não compreendia que suas obras eram, de fato, portais ocultos para reinos de terror além dos muros de seu cativeiro. Somente ao romper as correntes de seu encarceramento é que ele se deu conta do verdadeiro potencial de suas criações. As pinturas, antes meras representações de seus “sonhos” inquietantes, revelaram-se como passagens para os mais profundos e temíveis abismos dos pesadelos humanos, agora acessíveis através dos portais artísticos que ele havia criado. Com cada pintura vendida, ele não apenas assegurava seu lugar no mundo dos mortais, mas também ganhava acesso direto às mentes daqueles que adquiriam suas obras. Uma vez penduradas nas mansões e galerias privadas, tornavam-se portais ativos, permitindo ao soberano dos pesadelos penetrar nos temores mais ocultos de seus proprietários
“— Você já reparou como aquele quadro parece... diferente à noite?
— Sim, notei... As sombras no fundo parecem se mexer. Como se algo estivesse lá, tentando sair.
— É ainda mais estranho quando estou sozinho. Às vezes, sinto uma presença, como se alguém estivesse observando."
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