Eu acordo de manhã, por vezes à noite,
certas vezes durante o entardecer.
Já não interessa,
não há razão de ser.
De sair, viver.
Comer tornou-se secundário,
afundo-me mais todos os dias.
Esvaziei já o meu armário,
em troca de uns trocos
que financiam o cavar a minha cova.
E todos os dias vai mais fundo,
todos os dias o buraco aumenta,
proporcional a tudo o que me atormenta.
Eu sei bem que já não é por gosto,
é claro nas rugas do meu rosto.
É um grito, mas no meio da multidão
não se nota, tantos como eu há.
Espero que morra e não presencie a imensidão
que foi, é e que será.
Não quero ser,
e isto baseia-se na infantilidade
de não aguentar.
Na fragilidade
da minha força de vontade.
Não se baseia em nada.
a ideia é mal fundamentada.
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