Pensamentos sobre "amor" na madrugada

Escrito na madrugada de 05/04/24

Amar pra mim não é um desejo e nem algo que provém de outro sentimento. Amar não é algo que possa ser explicado como uma felicidade, uma tristeza, uma angústia. É sim, sem dúvidas, algo que "atazana" e perturba a pessoa, mas não é exatamente isso. O amor é um sentimento base, ele é sentido quando você não se importa com o que se passa entre você e com a pessoa que você ama, a pessoa pela qual você sente isso. Esse amor eu saberia que senti quando um calor que pega no peito sobe pela garganta e só te deixa inato.

Você não se importa como a situação em que o seu relacionamento para com essa outra pessoa está, você não se importa com os resultados disso, você já calculou tudo isso antes diante do cenário do "amor desejo", mas agora no "amor amor" você percebe que não faz diferença, que quaisquer situações que possam acontecer ou deixar de acontecer não importam porque o sentimento que se teve de calor no peito e a sensação de aperto existe independente do tempo que passou, do que você passou, do que o outro indivíduo fez, isso independe de ações consideradas boas ou ruins feitas pelo outro ou por si, é algo que supera isso.

O amor é como puxar o coelho de dentro da cartola. É como usar de base esse aperto no peito pra criar coragem de sair do "amor desejo" que sempre é imposto pra gente, mesmo que achemos que tenhamos chegado ao "amor amor". O sentimento de amor existe quando se deseja superar o que se sente em relação à uma pessoa. Quando eu digo superar, não digo esquecer, quero dizer tentar compreender o que é aquilo, colocar isso diante de um outro nível, mais do que só uma sensação e diante disso olhar pra si, para a pessoa que se ama e para o mundo segundo essa visão criada, mesmo que essa análise de tudo isso tenha sido feita apenas por si. O amor pra mim é desejar ultrapassar o que se sente, é perceber que não é só aquela pessoa, mas o que ela te trouxe e pegar o que ela te trouxe e oferecer de volta para o mundo de alguma forma.

É como o gato de Schrodinger. Você sabe que pode e não pode explicar ele, mas você só vai ter certeza disso quando você "abrir essa caixa", quando você viver isso. Quando você chegar à conclusão que viveu o amor você vai poder explicar ele e se você não chegar a viver ele você simplesmente não vai poder explicar ele, não importa o quanto você tente. Só vai ter certeza do que é o amor quando se abrir essa caixa. Quando se abre a caixa você vai ter o resultado com base na sua vivência e só isso vai poder dizer se você viveu ou não viveu o amor, não exatamente você vai dizer isso. Então o amor pode e não pode ser explicado ao mesmo tempo, haver ou não uma explicação dele vai depender da pessoa, vai depender se ela viveu ele ou não e vai depender do que ela vai considerar como amor pra ela. Ou seja, a gente entra em um complexo paradoxo. Se só sabemos o que é o amor quando vivemos ele, como vamos saber que realmente vivemos o amor? Isso eu já não sei responder e eu não acho que respostas sejam necessárias. Tentar responder tudo de forma exata é, na minha opinião, ignorância (Embora eu ame matérias de exatas e o fato de existirem coisas exatas me conforte. Talvez eu mesma seja o problema dos meus próprios pensamentos). A inexatidão e a dúvida são as coisas mais bonitas do mundo, mas falarei disso em outro post.

Então concluindo meu pensamento, eu não faço ideia de como explicar o amor tecnicamente, só sei usar metáforas para definir o que EU sinto. Parece um pensamento egoísta, mas infelizmente é a realidade. Só você mesmo pode explicar para si o que é esse sentimento, ou pode ser até mais do que um sentimento, eu não faço regra alguma.