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Category: Music

“Chained to the rhythm” - Katy Perry

Bom gente, hoje eu vou falar sobre a música “Chained to the rhythm” da Katy Perry, pois, além de ser uma música MUITO boa, que eu gosto bastante e tenho um apego emocional, pois, ela era uma das minhas cantoras favoritas quando pequena, ela possui um significado mais profundo por trás. Ela fez esse clipe com diversas críticas contra a conduta dos EUA por conta do Donald Trump, que estava no poder na época.

Temos diversas formas de perceber as críticas, tanto na letra da música em si, quanto em elementos que estão presentes no clipe. Vou separar por partes, começando primeiro com os elementos do clipe e após uma análise da letra.


No clipe

No começo do clipe, pode-se perceber que o nome do parque é “Oblivia” que, traduzido do latim, significa “esquecimento” ou “esquecimento eterno”, talvez representando a pessoa ignorante, alienada, basicamente alguém que não percebe as coisas que estão acontecendo ao seu redor, nesse contexto, no governo do ex presidente. Depois, aparece algumas pessoas andando com tablets nas mãos, como se elas estivessem sendo guiadas pelo aparelho já que, atualmente, muitas pessoas são influenciadas por eles, por meio das redes sociais (como vai ser apresentado mais para a frente) e fake news que se espalham no meio virtual.

Também, durante o clipe todo, pode-se perceber diversas referências a bombas e guerras, como os vendedores de algodão doces, que vendem eles com um formato diferenciado, parecendo uma fumaça de uma explosão. Além desse, um outro brinquedo que se chama “Bombs Away” aparece também no clipe, que traduzindo é basicamente “brincar de guerra”, trazendo à tona uma discussão que já existe a muito tempo de que, os Estados Unidos sempre influencia outras guerras, pois, assim eles lucram com a produção de armas, sendo assim, divertido para eles como uma brincadeira.

Ao decorrer do clipe, tem o brinquedo chamado “The Great American Dream Drop”, que é tipo um “chapéu mexicano”, mas que simula uma casa ideal para uma família americana, que sobe e desce despencando, o que eu consegui entender como referência a crise de 2008 e pelo o que me recordo, nesse período, a prática da hipotéca era muito comum na época, então muitas famílias usavam suas casas como uma garantia em vários empréstimos, porém, muitos não conseguiam pagar e acabavam perdendo a casa, assim, representando o movimento do sobre e desce do brinquedo. Ademais, logo após ver esse brinquedo, a Katy se fura com o espinho de uma rosa e isso talvez represente o questionamento do jeito americano de viver que ele pode sim ser muito bonito por fora mas machuca por dentro.

Após essa parte do clipe, temos um brinquedo que é uma montanha russa, porém, separando entre sexos, homens de um lado e mulheres do outro. No meio dessa montanha russa, eles passam por um túnel onde tem um monte de emojis do Facebook. E no fim, aparece duas fotos que foram tiradas no brinquedo, uma da Katy e outra do homem do lado dela, chamado Simon, mostrando que hoje ainda sim existe um certo preconceito com a mulher, pois, o ele recebeu mais likes do que ela. Isso representa o que achamos que é mais importante nas nossas vidas, pois achamos que o que mais importa na verdade são o que pensam da gente na internet.

Depois dessa parte, aparece uma fila enorme de pessoas, esperando para ir em um brinquedo, que é como se fosse aquelas rodinhas de hamster. E do lado desse brinquedo, tem um relógio que mostra o tempo que vai durar a fila, sendo 1984 anos e, logo em seguida, esse relógio vai retroceder, o que representa que as pessoas que estão indo no ritmo dele estão retrocedendo no tempo e não evoluindo. 

Na minha interpretação, a roda, talvez seja uma referência às pessoas consideradas capazes de "fazer a roda girar” (talvez até representando a mão invisível), ou seja, pessoas importantes para a economia e para o desenvolvimento dos EUA, ou seja, americanos nativos brancos. E quando a mulher asiática e o homem negro aparecem caindo, isso pode indicar que estrangeiros e negros contribuem para essa roda girar até a exaustão, mas são descartadas pelo governo, que sempre tem uma forma de derrubá-los (tirando direitos, proteção e etc).

Outros elementos que também são trazidos no clipe são: O brinquedo que arremessa pessoas para fora de um muro, fazendo uma referência ao muro que o Trump queria construir para separar o México dos EUA; e um posto chamado “Inferno H2O”, que faz basicamente uma crítica a exploração de petróleo nos Estados Unidos, que fez com que algumas casas tivessem a água delas fervendo ao sair das torneiras.


Na música


Na letra da canção em si, já é mais fácil de analisar as críticas, não precisando muito do contexto histórico do país, pois ela é bem mais direta, dizendo que somos alienados e etc.

Logo no início da letra ela já começa a falar, meio que num tom de brincadeira, como somos loucos, pois, vivemos nossas vidas através de lentes, que seriam as telas dos celulares, pendurados em uma cerca como enfeites e, a sociedade americana, está tão confortável com esse jeito de viver que a Katy diz que eles estão vivendo em uma bolha e, assim, vivendo nessa bolha eles não enxergam os problemas do mundo, ou, até mesmo os problemas que estão passando por conta do governo da época. 

Ela começa a se perguntar se as pessoas não estão se sentindo sozinhas nas utopias que criamos na internet, talvez por conta das redes sociais, que, por mais que nos permitam conhecer muitas pessoas, acabam criando relações mais fúteis e líquidas. Ela também acrescenta que nada nunca vai ser o suficiente para as pessoas, sempre querendo mais e mais, mais dinheiro, reconhecimento e outras coisas materiais que tendemos a nos apegar, por conta da sociedade capitalista. 

No refrão, ela começa a falar que achamos que somos livres, a não-liberdade que o Adorno tanto fala, e que andamos por aí como zumbis, alienados com tudo que nos é mandado consumir por conta da indústria cultural, porém, como uma forma de “quebrar” toda essa linha de raciocínio, tipo quando a gente fala algo muito triste mas queremos voltar para o papo alegre, ela canta que “beba, essa rodada é por minha conta”, como se beber fosse resolver os problemas deles, ignorando eles e deixando eles sumir e, assim, todos estavam acorrentados no ritmo, acorrentados no ritmo americano.

E assim ela repete e repete os versos, até chegar na parte do Skip Marley, que faz um discurso, que serve para inspirar as pessoas, porém, a única que presta atenção nele é a Katy. No seu discurso, ele fala sobre as pessoas que estão no poder, dizendo que seus dias estão contados e que o que eles dizem ser verdade é alimentado por uma motivação fraca, e assim, eles mentem para o povo, vacilando e cometendo diversos deslizes.


Da pra fazer muitas ligações com as ideias do Adorno, porém, se eu fizesse isso ia ficar muito longo o texto e, caso alguém que acabou de ler esse texto tenha mais interesse, no meu texto sobre o Tempo livre do Adorno, essas ideias ficam muito mais claras e não será tão difícil de fazer ligação com o clipe.

Mas é isso gente!!

Espero que vocês tenham gostado,

um beijo ( ̄︶ ̄)↗ 



Shark


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