Somos jovens demais

Ultimamente eu tenho pensado muito na minha juventude, parece até esquisito falar isso já que eu tenho 16 anos e estou praticamente no meio dela ainda, mas eu já sinto que não aproveitei nada?

Tudo passa tão rápido e tão devagar ao mesmo tempo. Eu fico pensando em como vai ser minha vida depois da escola, porque poxa, eu só sei estudar. Eu não sei fazer nada além de estudar, realizar trabalho e tirar boas notas (que nem sempre são o que eu espero e eu acabo ficando mal por isso). 

E é muito ruim que, atualmente, somos pressionados, desde o 9º ano, para saber o que vamos ter que fazer na nossa vida inteira. Cara isso é absurdo, como que com 16 anos eu vou decidir o que eu quero para a vida toda se nem consigo decidir com qual roupa eu vou para o shopping?

É muito “criminalizado”, essa talvez não seja  nem a palavra certa para se utilizar, mas os jovens que não sabem o que querem são, de alguma forma incriminados, parece que estão cometendo um dos maiores pecados capitais (a ética cristã na raiz no modo de falar), você é condenado de não sabe ainda o que quer fazer.

O desespero que isso causa e os problemas para a saúde mental que são gerados são absurdamente incontáveis. Você entra no ensino médio pensando em vestibular e em passar na faculdade, porque, se você não passar ou você paga e faz um cursinho, mas se você não tem condições de optar por isso, você torna-se desempregado e precisa procurar uma vaga urgentemente no mercado de trabalho, pois, os pais não vão bancar você para sempre. E assim ocupado por conta  do trabalho, consequentemente, a pessoa não vai ter tempo para sequer pensar em voltar para a faculdade.

Na atualidade, tudo parece muito complicado (na minha visão, é claro), não tem uma atividade cotidiana que seja “fácil” de realizar sem sofrer consequências futuras ou no presente agora. O amor é muito complicado. Ser jovem é complicado e ser adulto, talvez até pior. Ser mulher é complicado. Surtar é complicado. Ser qualquer coisa fora do padrão (homem, hétero, branco e cis) é complicado. Eu só queria que ser eu não fosse complicado. Poxa, dói tanto ser você mesma e ainda sim ser complicado. Vai vê a gente nasceu mesmo para ser o que esperam que a gente seja. Tanto que temos até os pensadores que falam disso. Somos aquilo que queremos que achem que somos. Mostramos o que queríamos que fôssemos, ou seja, uma versão totalmente diferente da gente, só idealizada.

O título desse texto parece muito que vai falar sobre legião urbana e essas coisas, principalmente por conta da música, mas isso é mais um comentário mesmo sobre o que eu estou absorvendo no momento da minha própria realidade. Não é algo aprofundado nem nada, só uma visão própria do mundo vista pelos  olhos de uma garota adolescente de 16 anos. 

Provavelmente, ainda vou escrever mais em relação a juventude e a música mesmo, mas isso daqui foi só uma breve “introdução” ao meu pensamento. Nos próximos textos, irei atrás de pensadores e refletir um pouco mais sobre o tema, não uma visão superficial igual dei aqui.

Basicamente foi isso gente! Foi só um comentário mesmo. Espero que, pelo menos,  tenha conseguido cativar um pouco a sua atenção e deixado ansioso a minha pesquisa e o próximo texto. 

Muito obrigada pela atenção, até a próxima!