Oiiii gente, tudo bem com vocês? Booom, a ideia de falar sobre essa lenda surgiu de uma forma muito aleatória, pois, eu estava no youtube salvando alguns vídeos para assistir mais tarde, mesmo sabendo que provavelmente não vou conseguir ver, e eu me deparei com uma animação muiiiiito antiga que eu assisti quando eu era bem pitica mesmo, bem criança, +- uns 8 anos de idade, eu vou tentar dar um contexto básico sobre esse “aplicativo” que dava acesso a algumas atividades, jogos e interações. O nome desse CD era “O mundo da criança” e nossa, pensa num software bonito, interessante e bem informativo que existia. É tão nostálgico para mim que eu lembro vividamente de duas coisas que eu aprendi mesmo com esse CD: como funcionam as vacinas e a lenda da criação da noite. Claro, que atualmente se a gente olhar algumas palavras do vocabulário que usavam antigamente, elas estão erradas nesse contexto social, mas gente, o que esse CD ensinava de uma forma tão legal e interessante eu nunca vou esquecer. ENFIM, deixando toda essa memória de infância para lá, eu vou contar para vocês a lenda indígena (não vou especificar de qual comunidade, pois, elas compartilham bastante características semelhantes da histórias e eu também não achei a que de fato eles contam no videozinho que eu achei, porém, a maioria delas mudam alguns nuances da história ou com personagens diferentes) DE COMO SURGIU A NOITEEEEEE.

Antigamente, não existia a noite, o mundo ainda era bem novo, com apenas a presença das plantas e dos indígenas. Nessa época, os objetos falavam, porém, o dia durava sempre, o que impedia o descanso deles, contudo, a única que possuía a noite era a Cobra Grande - Boiaçu - que a guardava ela em um coco de tucumá bem no fundo do seu grande rio escuro. Um dia, a filha da cobra abandonou o seu reino e foi viver na floresta, o que permitiu com que ela se apaixonasse por Tacunha, o filho do cacique da aldeia.
Vendo o sofrer de seu marido, ela pediu para que ele ordenasse que seus fiéis servidores fossem buscar o coco como um presente de casamento para ela, dessa forma, seria possível libertar a noite, porém, deixou bem claro para eles que somente ela poderia abrir ele. Tacunha faz como sua esposa manda e assim explica para seus três mais confiantes guerreiros que logo se assustam ao ouvir o nome da Cobra Grande, já que, ninguém nunca havia ousado se quer ir lá no fundo das águas escura.
Mas partiram e andaram por muito tempo, caminhando pelo coração da floresta fechada, onde andavam juntos para não se perderem. Quando finalmente chegaram ao reino da Cobra Grande, ela lhes deu com imenso cuidado um grande coco de tucumã, e disse:
- Aqui está, podem levar. Mas prestem muita atenção e tenham cuidado. Principalmente, não deixem que o coco se abra no caminho, pois senão vocês perdem a vida no mesmo instante.
Os três partiram, intrigados com as recomendações da Cobra Grande. O que poderia existir dentro daquele coco, fechado por uma resina? A curiosidade os consumia. O que poderia ser? Como saberiam? Só se iam saber abrissem o coco, mas a Cobra Grande proibiu...
Continuaram, remando sem dizer uma palavra e foram ficando cada vez mais curiosos com um barulho esquisito. Dentro do coco havia alguns barulhos de animais noturnos, como corujas e grilos, porém, eles não conheciam nenhum desses sons. Já fazia muito tempo que estavam remando quando um deles resolveu abrir e, mesmo com os outros tentando impedi-lo, ele fez uma fogueira, aproximando o coco do fogo e começando a derreter a cera que os fechavam. De repente, foram atingidos por um jato de resina, que lhes queimou os braços. Depois tudo escureceu. As árvores ao longo da margem desapareceram como se uma imensa nuvem negra tivesse caído sobre a Terra, engolindo todas elas. Os objetos que possuíam vida, alguns tornaram-se animais e outros ficaram inanimados.
Durante um longo tempo, os três ficaram imóveis e calados. Finalmente, o mais velho rompe o silêncio e diz:
- Estamos perdidos!
De fato, na aldeia, a filha da Cobra Grande disse ao marido:
- Seus servidores abriram o coco mágico e deixaram a noite escapar. Vamos ter que esperar a madrugada para eu poder realizar um feitiço.
A madrugada chegou, ela pega um fio de seu cabelo e faz um risco no meio do céu, separando a noite do dia. Depois, ela pegou outro fio e jogou pó branco em cima dele, criando o pássaro cujubim, que canta ao nascer do Sol, com outro fio de cabelo criou o inhambu, que cantava para anunciar a chegada da noite. Quando os três ajudantes chegaram, Tacunha diz:
- Vocês desobedeceram à Cobra Grande! Abriram o coco e soltaram a noite, que come todas as coisas. Vocês foram avisados, e agora estão perdidos. A filha dela vai transformar vocês em macacos. E serão condenados a pular de galho até o final dos tempos.
Dessa forma, como lição, a filha transforma eles em macacos, os deixando com braços e rosto amarelos, para relembrá-los da resina que se derramou sobre eles quando abriram o coco de tucumã.

ENFIM GENTE, existem diversas lendas mas o que todas têm em comum é que a noite era guardada num coco de tucumã e ficava embaixo de um rio, além de sempre ser guardado por um indivíduo - ou tupã ou A cobra gigante - e que caso a pessoa errada abrisse, seria instaurada a noite infinita. São muitas lendas diferentes, adaptadas de diversas formas, então sempre vai ter algumas versões diferentes, porém, essa é a mais comum. Eu adaptei ela com o que eu assisti quando eu era criança e com sites que eu pesquisei que traziam mais alguns detalhes e histórias maiores. Quis falar sobre, pois, não vejo muito sobre e é interessante conhecer a nossa cultura que foi colonizada e apaga com o tempo. Espero que vocês tenham gostado e achado interessante!! (vou deixar aqui em baixo o vídeo que eu assistia quando criança)
Um beijinhooo
Até <3
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